14 de ago. de 2015

Métodos alternativos tentam desmistificar a Ufologia Mística!

Artigo de Umaia Ismail publicado na Revista UFO. 
http://www.ufo.com.br/artigos/metodos-alternativos-tentam-desmistificar-a-ufologia-mistica
Métodos alternativos tentam desmistificar a Ufologia Mística!
Atualmente, podemos considerar como fato que a indução e a observação constituem elementos fundamentais da metodologia científica. Em contrapartida, alguns filósofos da Ciência, como Hilton Japiassu, em seu livro Questões Epistemológicas, afirmam que mesmo a tão preciosa observação é decorrente de um conhecimento teórico anterior. Ou seja: ela é um fenômeno processual que varia de acordo com as sociedades, as ciências e as teorias. Em relação ao caráter transitório das teorias científicas, o epistemólogo Karl Popper diz que “nenhuma pesquisa científica é cabalmente verificável, porque todo empreendimento teórico só dura enquanto não for ultrapassado por outro”.
A Ufologia tem como objeto de estudo as naves e os seres que nos visitam, supostamente extraterrestres e possuidores de uma tecnologia até então misteriosa para nós.
Aparentemente já superaram as barreiras de espaço-tempo e a inércia nada significa para eles. Até mesmo na História da civilização humana são encontrados registros da presença de seres procedentes de fora da Terra, que várias vezes foram rotulados como deuses, anjos, mensageiros divinos ou demônios – e que ainda hoje causam controvérsias. Como se não bastasse o caráter polêmico da temática ufológica, dois segmentos até certo ponto antagônicos se dedicam ao seu estudo para tentar esclarecer os fenômenos que têm sido observados em nossos céus. Suas abordagens se completam algumas vezes, mas, em outras, se contrariam.
Uma dessas vertentes está representada pela Ufologia Científica, que procura analisar de forma objetiva e sistemática os relatos de avistamentos de discos voadores, os supostos contatos físicos, abduções, implantes de chips nos humanos e, principalmente, as fotos e filmagens de UFOs e outras evidências consideradas autênticas. Para isso, foram criadas metodologias específicas em sua pesquisa, e através delas procurou-se legitimar o fenômeno enquanto Ciência. Seus membros desenvolvem um estudo reconhecidamente sério e fundamental para a conscientização da realidade extraterrestre.
O segundo segmento da pesquisa ufológica é denominado Ufologia Mística, Esotérica, ou Avançada. A ela será dedicada uma atenção especial neste artigo. No Dicionário Sacconi, da Editora Atual, a palavra mística quer dizer “tudo aquilo que está além da compreensão humana e é misterioso”.
E esoterismo é descrito na mesma obra como “um sistema filosófico compreendido apenas por poucos”. Como o próprio termo insinua, portanto, os membros deste segmento da Ufologia utilizam ferramentas pouco convencionais para manter contatos com seres do espaço. Fazem uso de práticas que se mantiveram confinadas por longo tempo às escolas iniciáticas [Instituições dedicadas ao estudo dos fundamentos da realidade e às práticas metafísicas], como por exemplo a respeitada Ordem Rosacruz, na qual são desenvolvidas certas habilidades denominadas místicas. Suas práticas são assim determinadas por não adotarem uma teoria que as esclareça.
Esse segmento da Ufologia utiliza ainda telepatia, canalização, mediunidade, psicografia, viagem astral, telestesia [Fusão de duas ou mais consciências pertencentes a níveis evolutivos diferentes, visando a transmissão de informações], e outros recursos do gênero. Tais ferramentas promovem um intercâmbio informativo, que pode ser visto com um certo ceticismo pelos ufólogos mais tradicionais, devido aos meios empregados. Apesar disso, serão expostos alguns aspectos importantes dessa forma polêmicas de pesquisa ufológica, também conhecida pelo termo contatismo.
Antes, entretanto, analisaremos os pontos comuns a esses dois segmentos, suas aparentes divergências e a necessidade de se extinguir os dogmas estabelecidos por eles. Em primeiro lugar, é preciso lembrar que mesmo em contatos físicos os extraterrestres costumam comunicar-se telepaticamente com os terráqueos, estejam eles dentro ou fora das naves. E isso nos faz crer que, além de uma avançada tecnologia, tais seres alcançaram também um certo equilíbrio mental, muito provavelmente devido ao controle que possuem sobre suas manifestações do ego.
Essa condição, se comprovada, permitiria aos ETs enviar e receber informações telepáticas sem interferências, e ainda exercer algum tipo de domínio mental sobre determinadas pessoas, que ouvem em seus cérebros a voz deles – como costumam falar os contatados e abduzidos, mesmo que nunca tenham apresentado essa habilidade antes.
Outro ponto em comum entre essas duas vertentes da Ufologia é o fato de, após as ocorrências ufológicas, alguns contatados ainda continuarem recebendo informações via psíquica e até mesmo realizarem viagens extrafísicas conscientes até as naves com as quais tiveram contato no plano físico. Muitas vezes o inverso também ocorre, ou seja, vários avistamentos de UFOs, testemunhados e documentados, foram previamente marcados através de contatos psíquicos, o que comprovaria a autenticidade dos mesmos.
Uma das maiores dificuldades encontradas para analisar objetivamente os contatos psíquicos, no entanto, é o fato de não possuirmos ainda equipamentos que nos possibilitem observar o que acontece em outras dimensões de espaço-tempo. Nossos cientistas já detectaram essas extensões através da Teoria Quântica [Que calcula o processo de movimentação das partículas atômicas e subatômicas estimuladas principalmente por forças elétricas e magnéticas].
Ela vem revolucionando todos os fundamentos de nosso conhecimento científico ao determinar, entre outras coisas, que cerca de 85% de toda a matéria do Universo não é nem visível e nem detectável por nossos aparelhos. Sobre esse assunto o astrônomo e ex-professor de Física da Universidade de Princeton Brian O’Leary diz que “no mesmo espaço ocupado por nosso Sistema Solar podem existir outros sistemas em variadas vibrações. O que acontece em um mundo influencia o outro, em certo grau”.
Por isso, enquanto se aguarda o surgimento de instrumentos adequados à legitimação dos contatos psíquicos, enquanto Ciência, devem ser criados métodos mais avançados de análise, levando-se em consideração as muitas dimensões do nosso Universo.
Uma dessas possibilidades é a análise transpessoal que, influenciada pela sabedoria indiana milenar, interpreta o ser humano como um sujeito bio-psico-sócio-espiritual. A mesma escola de pensamento oriental vê o homem como um ser cósmico em progresso que, por possuir níveis superiores de consciência, não pode ser classificado de acordo com os casos patológicos clássicos.
Há, portanto, a necessidade de exercitarmos o olhar antropológico, segundo o qual o pesquisador apenas descreve os acontecimentos sem emitir juízos de valor. Ao nos depararmos com uma pessoa que chamamos de canal de extraterrestres, é necessário lembrar que esse fato não o torna superior, mais inteligente ou de alguma forma melhor do que os outros. Esse simples julgamento equivocado é responsável por muitos fracassos na compreensão do fenômeno de canalização, hoje já tão difundido em todo o mundo.
Já ouvimos dizer que, devido à carência de seres humanos perfeitos em nosso planeta, os ETs estariam utilizando qualquer um que apresentasse condições, tempo e disposição para transmitir informações deles ao nosso mundo. Afinal, essa é uma forma bem mais segura de contato, tendo em vista que não oferece o risco de serem capturados. Pode haver casos em que o paranormal busque realmente se tornar um ser humano melhor, mas a iniciativa tem que partir dele.
Os canais extraterrestres não são muito diferentes dos médiuns, que, quando se dedicam aos estudos espirituais elevados ou à Ufologia Psíquica, por mais que até então só tenham canalizado espíritos das faixas intermediárias, passam a ser também mediadores de seres elevados ou extraterrestres.
Isso nos dá a impressão de que, ao sentir-se atraído mentalmente por determinados assuntos, o indivíduo se conecta internamente e passa a canalizar informações de seres daquela faixa dimensional. A freqüência dos contatos, as características singulares das diferentes entidades que costumam canalizar e, principalmente, a coerência e o teor das mensagens são fatores primordiais na análise dos contatos mentais.
É natural que em um intercâmbio autêntico com os seres extraterrestres haja algum tipo de aculturação, mas esse fato comum entre seres de diferentes civilizações não deve ser confundido com ufolatria. Afinal, ambos estão crescendo com a experiência e nenhum deseja ser endeusado ou adorado pelo outro.
Para esclarecer um pouco mais a questão dos contatos psíquicos, vejamos a seguir uma mensagem da entidade alegadamente extraterrestre que se identifica como Lady Athena, que fala através de um canal venezuelano: “Nós e nossas naves pareceremos invisíveis, a menos que você eleve suas freqüências vibratórias até os nossos níveis, e vice-versa. À medida que conseguir isso, irá descobrir as muitas formas de vida que compartilham o Cosmos. Também aprenderá com o tempo como se materializar e desmaterializar, e criar com a mente o que necessita. Confie na intuição pessoal, já que nos comunicamos através do pensamento ou telepatia”.
Já a entidade Lay, um ser que se apresenta como sendo marciano e faz contato através de uma paranormal em Manaus, diz: “Nós praticamos o que vocês chamam telepatia. Todos nós a fazemos e não há segredo. É preciso apenas que tenhamos as ondas mentais definidas para que não sejam interrompidas por outras, mas para isso é necessário um treinamento limpo, a fim de evitar que as ondas se misturem e acabem não alcançando seus objetivos”. Até certo ponto é compreensível o interesse da Ufologia Científica, tradicional, nos benefícios práticos que os intercâmbios com aliens podem nos trazer.
Porém, fica difícil saber o que fazer quando, ao invés de tecnologia, eles nos propõem um trabalho psicológico e do que chamamos de expansão energética interior. Especialmente quando afirmam serem essas as condições para que sejamos considerados capazes de obter maiores conhecimentos sem causar prejuízos ao Cosmo.
Acreditar ou não nas mensagens alienígenas e tomar providências quanto às suas advertências vai depender de cada pesquisador. Como disse outro extraterrestre, através da canalizada norte-americana Gina Lake, “…a cooperação é o único caminho, não só para conosco, mas principalmente entre vocês. Vocês só têm apenas duas opções: a competição e a anarquia ou a cooperação e a paz”.
E para sabermos que não são apenas os ETs que se preocupam com nossa evolução integral, reproduzimos também as palavras do psicoterapeuta transpessoal Roberto Crema, autor de Saúde e Plenitude – Um caminho para o Ser. Crema defendo a posição de que necessitamos investir no universo psíquico interior, tão vasto quanto o exterior, da mesma forma que temos investido no mundo da matéria. “Onde lograr paz e harmonia se elas não habitarem o interior de nossas moradas?”, diz em sua obra.
O sociólogo Edgar Morin também nos faz refletir quando afirma que há uma fecundidade no fato da Ciência criar, no século XVII, uma autonomia diante da religião, do estado e das conseqüências morais que o próprio conhecimento provoca. “Contudo, o que era verdade na ciência nascente, marginal e ameaçada, não é mais na dominante e ameaçadora. Devemos compreender que as soluções fundamentais que deviam ser trazidas pelo desenvolvimento da Ciência, da razão e do humanismo, se transformaram em problemas essenciais”, adverte. Morin acredita que os problemas atuais são muito graves. “Tão graves que não temos solução para eles”, finaliza.
Recentemente, descobrimos que a realidade tem muitas faces e que, apesar da Ufologia Mística não merecer mais as severas críticas da comunidade científica, seus estudos ainda são embrionários. A quase totalidade das mensagens recebidas de supostos seres extraterrestres, no entanto, canalizadas por pessoas dos mais diversos segmentos culturais, vivendo nas mais variadas partes do mundo, apontam para a preocupação de nossos visitantes com a evolução da Humanidade.
Um exemplo disso é o livro de Gina Lake Contato Extraterrestre [Editora Pensamento], no qual são retratadas diversas mensagens extraterrestres que indicam essa preocupação. De acordo com uma delas, as sociedades mais fracas são aquelas em que as pessoas só visam seus próprios interesses, nas quais o ódio, a competição e a opressão prevalecem.
Nunca tantas pessoas morreram de fome, pestes ou doenças. “Nós nunca permitiríamos um sofrimento como esse no nosso mundo, porque aceitamos de coração a idéia de ser ‘defensores dos nossos irmãos’. Vocês, por enquanto, não se vêem como responsáveis por todos os seres humanos, mas apenas pela família, pela comunidade em que vivem ou, talvez, por sua nação”, disse um dos seres com quem Gina contata.
A entidade completa que nós, terrestres, ainda não pensamos de modo global e que esse seria o grande salto que teremos que dar muito em breve. “Afinal, vocês não têm alternativa. O fato disso estar ocorrendo na Terra, sem que ninguém faça alguma coisa a respeito, reflete o nível de evolução em que vocês estão”, determinou o contato.
Para um melhor aprendizado, conhecimento e troca de informações sobre o assunto, seria interessante que as equipes de contatos psíquicos com alienígenas divulgassem a história de seus grupos, as fases pelas quais passaram, o teor das mensagens e o que os fizeram crer que as mesmas eram autênticas.
Foi isso que fiz em meu livro Contatos Extraterrestres na Amazônia, no qual estão contidos relatos verídicos de 21 anos de comunicação com seres de outros planetas, expondo acontecimentos, aparentemente incríveis, de forma objetiva, lógica e racional. Se assim for feito, poderemos sistematizar as informações e até criar uma metodologia mais adequada aos elementos disponíveis.
As informações divulgadas pela Ufologia Mística, sejam elas quais forem, merecem o respeito da Ufologia tradicional, que, como todos sabem, serve de referencial para tais ocorrências extrafísicas. As diferenças de abordagens desses segmentos devem ser encaradas de forma positiva, pois garantem a todos o acesso às faces diferentes da mesma verdade, como nos sugere uma única partícula quântica que se comporta ora como um corpúsculo, ora como onda, dependendo de quem a observa.
Certamente, os estudos ufológicos evoluirão muito com a união dessas duas correntes de pensamento distintas e aparentemente antagônicas, mas indubitavelmente complementares.