Por John Major Jenkins
Por bilhões de anos, a Terra viveu a sua vida em um oceano de muitos e diferentes ciclos cósmicos, alguns grandes e alguns pequenos. A metáfora básica para todos os processos cíclicos é o ciclo dia-noite de 24 horas. A meia-noite é o momento de maior escuridão e é o vínculo que divide a morte do dia anterior do nascimento do novo dia. A partir deste momento, a luz começa a aumentar. À meia-noite, a escuridão máxima é alcançada e o novo dia começa a nascer. Mas levará um quarto do ciclo total de dia-noite antes que a luz do sol se desprenda do horizonte, correspondendo às 6:00 horas da manhã. Neste momento a noite terminou e o período da luz do dia, começa. Ao meio-dia ocorre outro quarto de ciclo, e é o momento de máxima luz do dia. Após o meio-dia o princípio da escuridão então começa a assumir. Outro quarto de ciclo mais tarde, às 6:00 horas da tarde, o sol desce abaixo do horizonte e se esconde. A escuridão rege e a consciência dorme. À meia-noite o ciclo começa novamente. Esta metáfora nos ajuda a compreender a manifestação do Plano Divino na Terra, mas a revelação espiritual humana ocorre em um ciclo que é muito maior do que o dia. O maior ciclo da Terra que os seres humanos podem se tornar conscientes é a precessão dos equinócios, um período de 26.000 anos. Causado pela lenta oscilação da Terra em seu eixo, este é o Ano Platônico, e como o dia, ele também tem os seus lados de escuridão e de luz.De acordo com as doutrinas tradicionais, a Terra vivencia períodos de crescente escuridão espiritual e períodos de crescente luz espiritual. Os dois portais nestas fases diferentes são chamados de “portais do solstício”. Os dois solstícios do ano são como o meio-dia e a meia-noite. A doutrina das Eras do Mundo é encontrada em muitas tradições, incluindo as cosmologias encontradas nas antigas civilizações Védicas e Maias. Na doutrina Yuga da India Antiga, a humanidade experienciou uma Era do Ouro de luz há 12.000 anos. Mas a luz espiritual começou a se desvanecer e a humanidade se moveu através de sucessivas Eras do Mundo, cada uma mais escura do que a última. Hoje, nós estamos agora no final da Kali Yuga, a era mais escura. Na metáfora do dia, este período da Era do Ouro ao final da Era Mais Escura, corresponde ao período do meio-dia à meia-noite. É o período em que a escuridão está aumentando. A chave para compreender o maior ciclo luz-escuridão é este: A antiga doutrina da Eras do Mundo está baseada na precessão dos equinócios. Há aproximadamente 13.000 anos de escuridão crescente e 13.000 anos de luz crescente.
A civilização Maia decidiu terminar um grande período do tempo em 21 de Dezembro de 2012. Este será o término do “13º Baktun”, em seu calendário de Longa Contagem. A solução para o enigma envolve a precessão dos equinócios. Nos anos próximos à 2012, o sol do solstício de Dezembro estará alinhado com o centro da galáxia da Via Láctea. Este Centro Galáctico está localizado entre Sagitário e Escorpião, e foi considerado pelos antigos Maias como o Espaço da Criação no Céu, o Útero da Grande Mãe. Este alinhamento do Sol do Solstício com o Centro Galáctico ocorre uma vez a cada 13.000 anos. É equivalente aos momentos do meio-dia e a meia-noite. O alinhamento dos 13.000 anos passados que foi responsável pela Era do Ouro de Luz, envolveu o sol do solstício de Junho com o Centro Galáctico. Entretanto, o alinhamento que culmina nos anos ao redor de 2012, envolve o sol do solstício de Dezembro, o solstício da morte e do renascimento. Portanto, nós estamos experienciando a meia-noite galáctica. Para os seres humanos na Terra, o período de crescente escuridão espiritual está prestes a terminar. Nós “viraremos a esquina” e entraremos em uma fase de ascensão em direção à próxima Era do Ouro, quando a luz espiritual e a consciência começarão a se manifestar no mundo novamente. A chegada do alinhamento galáctico é um evento cósmico que nos convida a crescermos espiritualmente. Ele é elaborado no Plano Divino e identifica o tempo em que vivemos como um tempo de rara oportunidade para o nosso crescimento.
Nós podemos identificar este período de mudança, a Mudança Global, estendendo-se entre 1980 e 2016. É fascinante como os Maias codificaram criteriosamente o conhecimento deste futuro alinhamento em seu calendário. Eles também codificaram este alinhamento galáctico em suas instituições básicas. Por exemplo, o jogo de bola Maia é uma metáfora para o sol (a bola do jogo), movendo-se para o Centro Galáctico (o anel da meta). O meu novo livro: Alinhamento Galáctico: A Transformação da Consciência de Acordo com as Tradições Maias, Egípcias e Védicas, mostra como este conhecimento galáctico é uma camada oculta da sabedoria que pode ser encontrada em muitas tradições ao redor do mundo. Ele pode ser identificado na astrologia Islâmica, na topografia sagrada Grega, nas tradições Sul-Americanas, na arquitetura religiosa Cristã, no Mitraísmo, no pensamento Neoplatônico, assim como na cosmologia Védica e Egípcia. Parece que enquanto nos tornamos imersos no alinhamento galáctico, a própria sabedoria antiga está retornando, está sendo redescoberta, para iniciar uma nova era da ascensão em direção à luz.
Os seres humanos que vivem hoje têm um destino especial, pois o Plano Divino opera através dos ciclos da natureza. Mas a renovação da humanidade não é determinada pelas estrelas, pois o livre arbítrio é um componente essencial da evolução espiritual da consciência. Nossa propensa participação nestas grandes mudanças de energia, é requerida. O acesso à energia galáctica da mudança é difícil e nos transformará. Mas nós temos uma oportunidade de nos movermos para um relacionamento mais estreito com a fonte e com o centro da vida. O alinhamento astronômico não nos “leva” a crescer. De outro modo, ele corresponde a um processo de despertar que acontece nos recessos de nosso ser interno. É o símbolo externo de uma revolução essencialmente espiritual. O alinhamento galáctico da era 2012 é uma porta aberta, convidando-nos a crescer espiritualmente. Para fazermos isto, nós devemos sacrificar as ilusões que nos mantêm atados aos reinos escuros e limitados da existência. Vamos acessar a luz interior e estendermos as nossas almas às estrelas!
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John Major Jenkins é um pesquisador independente que se devotou à reconstrução da antiga cosmologia e filosofia Maia. Ele é o autor de oito Livros das Tradições Maias, da antiga cosmologia, e da metafísica, e apareceu em inúmeros documentários. Seus recentes livros são: O Alinhamento Galáctico: Transformação da Consciência de Acordo com as Tradições Maias, Egípcias e Védicas e a Cosmogênese Maia de 2012.
Tradução: Regina Drumond – reginamadrumond@yahoo.com.br
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